NOTA DA AGEF SOBRE AS ENCHENTES NO RS
A Associação Gaúcha de Engenheiros Florestais (AGEF) se manifesta solidariamente a todos os atingidos pelas enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul (RS) durante o mês de maio. Hoje vemos um cenário de destruição em diversos municípios. Vidas humanas foram perdidas, residências danificadas, empresas somam prejuízos e a agropecuária contabiliza os danos.
A paisagem do RS foi transformada. Diversos taludes de hidrografias e encostas que antes eram locais florestados e preservados, cumprindo sua função ecológica, foram destruídos e transformados em áreas degradadas, sem nenhuma cobertura florestal. Áreas inteiras de florestas nativas ou plantios comerciais não existem mais, foram arrancadas pela força da água ou perdidas nos deslizamentos.
Entendemos que o momento é de pensarmos primeiramente nas pessoas que perderam as suas residências, e nos empreendedores do campo e da cidade que tiveram seus negócios duramente abalados pelas cheias. Contudo, sabemos que o povo gaúcho é guerreiro por natureza e, com a solidariedade que já podemos ver por todos os rincões, conseguiremos nos reerguer. A próxima fase de retomada será a recuperação ambiental das áreas destruídas, e nós, Engenheiros Florestais, queremos contribuir com essa etapa.
A ausência de cobertura vegetal nas APP às margens de hidrografias e encostas pode aumentar a erosão do solo e agravar ainda mais o assoreamento dos cursos hídricos. É preciso esclarecer que as árvores são importantes para a proteção dos cursos hídricos, servindo como verdadeiras margens de segurança quando a hidrografia extrapola o seu leito nos períodos de grande precipitação pluviométrica, como ocorreu recentemente. As florestas também cumprem a função de corredores ecológicos para a fauna silvestre, além de atuar como filtros de sedimentos, fazendo com que estes não sejam carreados para os cursos hídricos.
E nós, Engenheiros Florestais, podemos contribuir com projetos técnicos e avaliativos das áreas afetadas, visto que possuímos plena capacidade para projetar e executar projetos de recuperação de áreas degradadas, além de participar do planejamento de ações preventivas para minimizar os danos em tragédias ambientais como esta que porventura venham a ocorrer no futuro.
Também podemos contribuir com a retomada econômica do Estado por meio da cadeia produtiva de florestas plantadas, uma vez que o RS é responsável por 935 mil hectares de cultivos florestais, que geram cerca de 65 mil empregos diretos. Adicionalmente, o setor florestal produz bens madeireiros e não madeireiros importantes para a população, como móveis, lenha, fibras celulósicas, madeira serrada, resinas diversas e erva-mate.
Nesse momento de calamidade pública, devemos manter a calma e planejar ações imediatas, bem como projetar condutas mais assertivas para o futuro. E nós, Engenheiros Florestais, estamos juntos com os gaúchos na reconstrução do nosso Estado.
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